terça-feira, 28 de abril de 2009

Sol nascente


É como sentir o amor cortar o coração, deixando uma cicatriz nova, a cada adeus. É o amor chamado incondicional, o que te aprisiona, é o amor chamado incondicional que te liberta.
A estrada é muito longa, mas é tão prazeroso caminhar sob sol, enquanto ele aquece sua pele, sua alma vai sendo nutrida por novos motivos de existência, e um deles é o amor próprio.
A minha memória nunca foi das melhores, mas sempre dependi da minha máquina de lembranças defeituosa, e hoje, trabalhando ela com frequência para o esquecimento de tudo que já não me é mais últil , procurei onde havia guardado o amor por mim mesma.
Eu encontrei pequenos fragmentos, mas eram tão poucos em relação a tudo ao que me dediquei, meus poucos anos se tornam muitos, quando falamos sobre eles trasfomando-os em meses.
Eu quero mais verões, eu quero mais sol e caminhadas, eu quero um pouco de mim para mim. O tempo te deixa recomeçar a cada novo segundo, e tudo o que queremos é 1 segundo a mais.
Ame-se incondicionalmente, liberte-se do que te aprisiona, e seja só seu, literalmente. Aquilo já não me mata mais, a cada a deus é há um novo motivo para se sorrir, pois aquele 1 segundo que você tanto dejesou, chega, e você não tem que se preocupar com mais nada, pois aquele 1 segundo agora é só seu.
E sempre que o sol vier te acordar, levante-se, e não se esconda, ele só quer te dar mais um motivo para se amar, ele quer te dar boas lembranças. E onde está o mal em estar sozinho? Aquela solidão que apavora a todos me atrai, de forma ponderada, onde eu não me machuque por estar no escuro. Não há motivos para temer a sua própria compania, não há motivos para temer ao seu próprio tempo.
O mal de estar sozinho é quando você abandona a si mesmo.

sábado, 25 de abril de 2009

Pequenas doses de verdade


Analisando as minhas mãos pude notar como estou descuidada. Unhas roidas, restos de esmalte, e até mesmo alguns machucados.
Qual é o estrago que se faz quando não se presta atenção em si mesmo?
Presenciando fatos históricos, analisando coisas aleatórias, respirando com esforço vejo como doi a minha perna dobrada, passei tanto tempo sobre ela, não a sentia mais.
Formigando ela respondi que ainda está no mesmo lugar. Como é grande o estrago quando não se presta atenção em si mesmo.
O tempo passa e percebi que fiquei para trás, com uma tática ridicula, eu perdi o jogo. Começando de forma diferente analisei o céu com mais atenção, deixando as pernas livres sobre a grama reparei a troca de posição das nuvens. Elas dançavam docemente sobre a minha cabeça, certa hora levitei, as toquei, e cai de modo brusco no chão.
Não há como não se machucar, não há como não sofrer, não há como não ser feliz.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Agora


Houve um tempo em que eu não soube distinguir o doce do azedo, o azul do vermelho, o bom do ruim.
Mas esse tempo passou, e não, não vejo mal algum em acordar de uma doce ilusão, pois qual é o mal de se enxergar a vida como ela é?
Enquanto eu caminhava sem saber pra onde ia, saboriei em pequena quantidade o sabor da liberdade. Qual é o mal da mudança?
São as lembranças que não se apagam. Não, mas o tempo se encarrega de incubri-las.Qual é o mal de ser simplesmente feliz?
Eu não vejo mal algum. Agora que sei quão belo é a cor do céu, com seu azul infinito, deixo de lado o vermelho, agora que sei como é gostoso o doce dou de ombros ao azedo, agora que enchergo o ruim, vou correndo ao encontro do que é bom.


Agora que não te tenho mais prezo a mim, vou embora, ser feliz.