sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sem parar



Sem querer ficar parada, atropelei um senhor. Perplexa, não sabia o que fazer, encostando meus cotovelos no vonlante, de modo que pudesse apoiar a minha cabeça nas minhas mãos, comecei a chorar. De forma rude o policial bateu na minha janela, demorei algum tempo parar indentifica-lo, pois minhas vistas estavam embaçadas, mas logo abri a porta e sai do carro. Muitas pessoas estavam envolta do senhor estendido no chão. Como eu poderia ter feito algo tão cruel? Me debrucei encima do senhor, como se ele fosse um velho conhecido, o desespero em meu choro era visivél,de modo que o mesmo policial que havido sido rude, tentava me afagar. Com a chegada da âmbulancia pedi para acompanhar o senhor, já que tinha causado tudo aquilo.Minha roupa cheirava a chá, tudo tinha um cheiro familiar... Passando por ruas que vinham como velhas fotografias em minha mente, relembrava minha infância. Saindo daquele cenário de filme dramatico, fui direto contemplar um bebedouro. Quando eu era criança sonhava com o dia em que beberia somente em bebedouros, como as pessoas grandes, e vejo quão ruim é ser adulto, bebedouro não mata a sede, ser adulto não tem nem a metade da mágia que se imagina, enfim, eu tinha atropelado um senhor. Ajudando os enfermeiros a localizar algum documento na roupa do senhor, vi como suas expressões eram doces, deveria ele ter muitos netos, dos quais ele paparicava e recebia também muito amor. Achando sua carteira de identidade desmaiei. E quando acordei em uma maca, sendo devidamente medicada me lembrei que aquele senhor era o meu avô. Depois de anos, demorei a reconhece-lo, e agora com ele no CTI, descobri o quanto queria ter ele por perto.

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